Todos já estávamos acostumados com o mundo VUCA (em inglês Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity, ou seja, Volatilidade, Incertezas, Complexidade e Ambiguidade). E eis que surge uma pandemia em 2019, colapsando empresas, pessoas, famílias, sistemas, crenças…. Então o termo VUCA enfraqueceu e sua evolução foi o mundo BANI (termo do inglês que significa Brittle, Anxious, Nonlinear and Incomprehensible , ou seja, Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível) . Seja VUCA, BANI ou sem denominação específica, o fato inegável é que nossos conceitos, práticas e certezas caíram por terra. Eu costumo dizer, em meus workshops sobre perguntas, que num mundo onde ninguém tem as respostas, nada mais adequado do que fazer perguntas. Concordam?
E descobrir/criar as respostas coletivamente, por meio da inteligência do grupo, que é potencialmente maior, mais abrangente e sábia do que a soma dos indivíduos.
É neste contexto que Action Learning revela-se como um poderoso processo para solução de problemas reais e urgentes. Sempre realizada em grupo – 4 a 8 pessoas – tem na pergunta sua principal estratégia. As pessoas trabalham no problema, explorando-o, entendendo-o em suas diferentes dimensões, definem ações para solucioná-lo e aprendem enquanto o fazem.
Desde Reg Revans introduziu pela primeira vez Action Learning nas minas de carvão da Inglaterra na década de 1940, tem havido múltiplas variações do conceito, mas todas as formas de Action Learning tratam de pessoas resolvendo problemas e gerando ações para solucioná-los em tempo real e aprendendo enquanto fazem isso.
A experiência de um grupo de Action Learning cria mentalidade aberta à mudança contínua, criando condição às organizações e seus líderes para se adaptarem, aprenderem e inovarem com sucesso. Aprendizado com resultado inovador. O processo de Action Learning cabe em qualquer segmento ou tipo de organização. Basta que se haja algum problema que ainda não teve solução!
Por meio da dinâmica de Action Learning, que tem na pergunta sua regra básica, a confiança entre as pessoas das equipes é aumentada pois cria oportunidade para os participantes: construirem relações próximas e de respeito mútuo com colegas de todas as áreas e níveis de seu sistema organizacional.
AS ORGANIZAÇÕES SE BENEFICIAM COM ACTION LEARNING PORQUE
> O seu desempenho é aumentado
> Seus desafios, importantes e urgentes, são resolvidos de forma rápida e definitiva
> Seus líderes são desenvolvidos e transformados para os desafios do presente/futuro
> Suas equipes tem um desempenho marcante (mais além da alta performance)
> O engajamento, o questionamento produtivo e o empoderamento passam a ser naturais entre todos, favorecendo a inovação
> Ocorre um processo de aprendizagem contínua de forma fluida e natural
> As equipes se fortalecem e o protagonismo dos colaboradores se desenvolve
> O conhecimento – principalmente o tácito, é compartilhado e enriquecido
> Os traços culturais podem ser reforçados ou modificados
Segundo Marquardt(*), “para empresas como a Sodexho, Novartis, Nokia, Boeing, AT&T e as milhares de outras organizações que começaram a usar a action learning nos últimos cinco anos, a grande atração é o seu poder único e surpreendente para resolver simultaneamente desafios difíceis e desenvolver pessoas e organizações, a um custo mínimo. Essa capacidade e poder para agir de forma inteligente e criativa e aprender ao mesmo tempo tornou-se essencial num local de trabalho que está mudando rapidamente e que enfrenta desafios globais cada vez mais imprevisíveis.”
Portanto, a velocidade e natureza das necessidades atuais não permite que usemos os mesmos modelos e ferramentas que, ainda que consagrados, temos utilizado para solução de problemas e desenvolvimento de liderança.
Marina Mazi (Msc), facilitadora, Master Action Learning Coach e Certification Advisory do WIAL – World Institute for Action Learning.
(*) Michael Marquardt é professor e autor de mais de 25 livros e 100 artigos sobre Action Learning e criador do WIAL – World Institute for Action Learning.